Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quarta-feira, 11 de março de 2009

MINHA MÃE: FAZENDO A LIÇÃO

Hoje estou muito gripada. Tomada a decisão na sexta-feira – a internação da mamãe - a garganta começou a arranhar. No final de semana, à medida que os exames eram feitos e nada se encontrava, o corpo começou a doer. Arrepios de frio, cabeça doendo, corpo mole. Penso que ele veio traduzir com a gripe, a dor da minha alma. Aquela que fica escondida enquanto pode.
Ontem depois de mais um exame e nada encontrado, ela desceu pra valer. Uma gripe é que nem uma visita que chega sem avisar. Perturba a calmaria da casa, mas depois de um tempo vai embora sem fazer estrago.
A “doença” da mamãe veio para ficar. E é inútil reclamar. Melhor fazer como a gente faria, caso alguém se mudasse definitivamente para nossa casa: ajeitar as coisas da melhor maneira possível para que a convivência seja pacífica, harmoniosa e não dolorosa.
Eu venho tentando, a cada ano, melhorar essa convivência, mas nesses últimos tempos ela resolveu se rebelar: não arrumar mais a cama, deixar as luzes acesas, louça para lavar, roupa suja espalhada pelo quarto, horas a fio no telefone a conversar. Ei você se mudou em definitivo, mas dá para cooperar?
Uma vez li que doenças são “sonhos sob forma de sofrimento físico”. Assim, se a gente fica amiga delas, elas nos darão lições gratuitas sobre como viver de maneira mais sábia.
Minha mãe é mulher sábia. Não é essa sabedoria dos bancos de escola, ou aprendida nos livros. É sabedoria aprendida vida afora... Tenho cá minhas dúvidas se essa “doença” dela está ensinando-lhe sobre como viver. E não é lição gratuita não, ela está pagando caro através do seu sofrimento.
Eu? Bem, eu estou aprendendo a sobre/viver com ela. Vou contar um segredo: pus uma vassoura atrás da porta para ver se ela vai embora, ´já se tornou visita indesejada.
PS: Celinha, obrigada por seu carinho presente ontem. Elaine do Preto: obrigada por suas palavras e orações.

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