Contra a primeira razão, Cícero argumentava que as qualidades capazes de nos levar as grandes realizações são a sabedoria, a clarividência e o discernimento, das quais os idosos não estão privados e, pelo contrário, talvez até as tenham mais que os jovens.
A falta de vigor seria o segundo inconveniente suposto da velhice. Cícero sugeriu que os idosos lutem contra o sentimento de frustração e se sirvam daquilo que têm. Ele condenava a supervalorização do desempenho físico em detrimento da capacidade mental e espiritual. A privação de prazeres seria o terceiro agravo. O filósofo romano se valeu das idéias de outro pensador, Arquita de Tarento, para afirmar que a busca desenfreada do prazer embota a razão e turva os olhos do espírito, trazendo mais prejuízos do que benefícios ao homem. Cícero repetia que, ao renunciarmos a banquetes, mesas fartas e taças generosas, renunciamos também à embriaguez, à indigestão e à insônia. Resta examinar a quarta razão de se temer a velhice: a aproximação da morte. Na verdade, a morte nos espreita a todos. Diante do inevitável só há duas alternativas, segundo o pensador: ignorá-la, se pensarmos que a morte é o desaparecimento da alma. Ou desejá-la, se ela confere à alma a imortalidade. Cícero terminava fazendo uma exaltação aos que conseguiram chegar à velhice e avaliava que o mundo seria mais justo se fosse composto por uma maioria de idosos, pois a inteligência, o julgamento e a sabedoria são próprios da terceira idade. Para ele, o mais importante é encontrar o prazer e o encanto de todas as fases da vida!
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