"E por serdes vós; quem sois?"
Uma mulher alada, banhada da brancura de sua própria alma. Sou aquela que caminha mansa e firmemente o chão que me dá a direção que desejo seguir; como quem vislumbra um velejante barco sobre tranquilas águas transparentes.
Que suavidade e paz nesta minha visão de auto-imagem.
Reconheço-me paradoxalmente respeitante e respeitável!
Nesta minha hora de nascer, transito meio inquieta entre o que não sei e o que me está sendo revelado no gozo doloroso de quem nasce.
O frescor, a novidade e a inocência superam o imcompreensível do inesperado parto. De que é feito um parto?
De rompimentos e visões
De dilaceramentos e compensações
De perdas e tanto ganho
De choro e de alegria farta
De exclusão e de exclusividade
De expulsão e de receptividade
De água e de sangue encharcando o escuro do túnel: a via-crúcis da Luz.
Vida paradoxal!
Viver é estar paradoxalmente interessante e interessada. Ou seria estar intencionalmente desejante e desejada.
É. Pode ser que seja assim.
Assim pode ser bom demais pra mim.
Depois de cada parto, durmo só de sono. De puro adentrar a noite.
Desprezo os sonhos. Eles nada mais podem me falar, me traduzir.
Sou língua-pátria. A pátria é minha porque de mim é feita.
A pátria sou eu. Salvei-me.
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