Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

TREMA

          Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos. Mas os tempos mudaram. Inventaram tal de reforma ortográfica e eu simplesmente to fora. Fui expulso pra sempre do dicionário.  Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
          O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela.
O dois pontos disse que  sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
          Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra.
E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?...
A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
 Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que, aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem me vou embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!... Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
(Desconheço a autoria)

domingo, 29 de maio de 2011

XX FESTA NA RUA

Já contei para vocês que adoro festas na rua. Sempre que posso não deixo de ir. É uma maneira de conhecer culturas, costumes, comidas tipícas, de países e povos sem sair de Beagá. Além disso encontramos os amigos, revemos colegas dos tempos de colégio e até ficamos quase íntimos do governador do Estado! Acabei de chegar de mais uma e trago as fotos para partilhar com vocês e com os amados que não puderam ir.
O palco onde as apresentações de danças e músicas correram livres e soltas. Ao fundo nossas montanhas...Na realidade, o que restam delas!
Uma visão do povo ainda por volta das 11:30hs da manhã...Depois deu uma preguiça de sacar a máquina e levar uma trombadona. 
Paz (Shalom), amor(Achavá), sorte(Mazal) desejado por jovens, lindos de viverrr, tem uma força maior! Esses se preparam para -  em 2012 -  fazerem um intercâmbio de trabalho e estudo.
Deputado estadual, federal e nosso governador Antônio Anastasia (mão no queixo) que fez um discurso rápido e bacana. Queria comer as comidinhas tipícas e pleiteou, já que a festa é anual, que os amigos o presenteem com algumas ao longo do ano...

Os entendidos no assunto dizem que o vinho israelense é muito bom!
Quando resolvi tirar as fotos das comidas quase não tinha mais nada. O típico falafel  - que esse ano foram destinadas duas barracas - só ano que vem! Logística é sempre uma arte para poucos. Aqui vocês podem ver um salgado de massa folheada, recheado com queijo que é impossível comer um só. Seu nome: beiguelê.
Hummm... O famoso apfelstrudel. Torta folheada de maçã, típica de países como a Áustria, Alemanha (strudel) e encontrada em outros países que, outrora, fizeram parte do Império Austro-Hungáro. Come-se purinha, acompanhada de chantilly ou sorvete de creme! Preciso contar que adoro?!
Exerci meu pecado sem dó (amanhã resolvo na academia rsrs) e além disso pude esquecer a chateação desse blogger passando um domingo bem alegre. Vamos ver se consigo postar. Bom final de domingo a todos e uma semana de paz!



sexta-feira, 27 de maio de 2011

VAI E VEM DO BLOG

Eu não sei o que está ocorrendo, mas desde aquele "apagão" o Divã está uma baderna! Ora consigo acessar, ora não. Alguns blogues só consigo modo para leitura, outros nem isso.  Pedem umas coisas esquisitas que não entendo. Comento nos blogues dos amigos e o comentário não vai... Somem ícones e depois reaparecem... Enfim, quero pedir que tenham paciência, mais um pouquinho, com essa que os ama de viverrr! Eu daqui vou exercitando a minha - verdadeiro teste - para não mandar esse povo do blogger láááá para o meio de Machado!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

DIVORSIM OU DIVORNÃO

DIVISÃO DE BENS
Dois amigos se encontram depois de muito anos.
- Casei, separei e já fizemos a partilha dos bens.
- E as crianças?
- O juiz decidiu que ficariam com aquele que mais bens recebeu.
- Então ficaram com a mãe?
- Não, ficaram com nosso advogado.


Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE (2007) para quatro casamentos registrados, uma dissolução. Como dizia minha avó, não é fácil comer um saco de sal juntos. Aliás, sal nem é considerado tempero. São muitos os ingredientes e temperos para a manutenção de uma relação.
Não creio que nenhum desses casais faça por prazer. Sofrem - em geral durante anos - e dizem que foi o tempo mais difícil de suas vidas. O divórcio figura entre os primeiros lugares no índice de estresse pessoal, perdendo apenas para a morte de uma pessoa amada. É uma experiência extraordinariamente penosa e que invade todo espaço da vida pessoa.
A maior aceitação do divórcio pela sociedade tornou mais fácil a vida de crianças e pais separados. Mas é ilusão achar que exista separação sem dor e sofrimento. Para os pais, envolve projetos de vida interrompidos, nos quais ambos os cônjuges investiram muito, em emoções, em afeto e também em recursos materiais. Para as crianças, significa lidar com emoções desconhecidas, na maioria das vezes traumáticas, como viver sem a presença de um dos pais, conviver com um quase estranho que de repente apareceu para ficar, ter duas casas para passar o fim de semana, entrar em contato com crianças que nunca viram e que, esperam os pais, sejam amadas como se fossem irmãos e irmãs. Tudo isso é muito difícil. O poder aquisitivo da família também cai (menos 20%, em média, no caso das mulheres), segundo dados do Instituto de Estudos do Trabalho e da Sociedade, Iets. E há ainda os inúmeros casos na Justiça de brigas por pensões alimentícias e pela guarda dos filhos. 
É bom o divórcio? A resposta é um enfático não. O divórcio é o que é: um fato em nossa sociedade, uma instituição social. Tem por finalidade servir de válvula de segurança a maus casamentos. Na verdade, a maioria dos casais que tive oportunidade de atender diz que essa função é a única coisa boa no divórcio. Para eles, é melhor passar por essa dor lancinante, mas temporária, do que continuar a viver com a dor lancinante, e permanente, de um mau casamento. Como nossos pais, avós, em épocas que – principalmente para as mulheres – era inadmissível até mesmo pensar em tal ação! Comia-se o tal saco de sal sem a ajuda, sequer, de um copo d'água.
Mas se o divórcio não é bom, há essa coisa de um bom divórcio? A reposta é um categórico sim. Existem. Nesses bons divórcios, casais se separam sem destruir a vida daqueles que amam. As crianças continuam a ter dois pais. Os pais divorciados continuam a manter com eles bons relacionamentos. E as famílias desses bons divórcios continuam a ser exatamente isso – famílias.
Tenho que dizer que há hoje uma busca e um esforço das partes para isso aconteça. O termo separação consensual foi sempre utilizado na esperança de minimizar custos. Litígio, verdadeira guerra entre os membros, é o que impera sob esse termo ameno. Se não houve consenso enquanto estavam juntos, imaginem agora quando as partes estão des_interessadas?!
Tudo serve para emperrar o processo. A partilha de bens, divisão de finais de semana com os filhos, obrigações financeiras para com os mesmos, horário de buscá-los e trazê-los de volta, entre as inúmeras picuinhas. Tudo é motivo para não enfrentar e adiar a constatação.
Quando ainda buscam uma ajuda, inicialmente nos colocam numa função de juízes a julgar seus motivos. Convite, quase intimação, para que tomemos partido. Mediadora talvez seja o termo mais apropriado. O mediador tem como função gerar um campo de escuta e assim, estabelecer pontes entre os interlocutores. Transformamos opiniões e juízos em histórias. Histórias do que se viveu e sentiu em cada singular vivência. O tom das histórias – de cada um - os liberta do tom de suas certezas e ideias já estabelecidas. E assim , com muito trabalho, conseguimos um divorsim ou um divornão civilizadamente.(RR)

terça-feira, 24 de maio de 2011

POR TODA SUA VIDA...ALEGRIA

Há dias tenho pensado algo meio bizarro. Se tiver um piripaque qualquer e morro como é que meus amigos de blog vão saber? Quem e como vai avisá-los? Ninguém tem minha senha nem o blog co-autor.  Não gostamos de pensar na morte e evitamos falar sobre ela. O simples pensar gera calafrios ou é como se estivéssemos abrindo as portas para ela entrar. Fiz uma amiga dos tempos que o Divã era bem novinho. Sempre com uma maneira ímpar de conduzir seu espaço e tecer seus comentários. Estava feliz com o lançamento de um livro do qual foi coautora e eu com o sucesso do projeto e da sua felicidade.
Hoje escuto um AVISO DE FALECIMENTO num blog que há muito não visitava. Chegando me deparo com a notícia: Renata, Renatinha amada se foi!  Eu sentindo a dor desse soco inesperado na boca do coração fico com suas últimas palavras escritas aqui:
Obrigada Regina.
Eu ainda tenho que viver o ultimo passo que será receber os livros, nossa acho que aí dispiróco total... vou precisar de um divã!
E carrego comigo para além de seu PASSA.TEMPO...

"É exatamente a hora que devia ser os ponteiros não param por minha vontade, nem posso me transportar para onde queria estar, como são impiedosas as horas, os minutos, cada segundo muda a nossa vida, nossos pensamentos são efêmeros, levam o tempo de ser criado, eternizado ou esquecido tic, tac, tic, tac, tic, tac...
Mesmo que por algum motivo o relógio pare, o tempo não continuará a rodar o mundo, a voar os pássaros, a nadar os peixes, as ondas vêm e vão levando areia e trazendo de volta, o sol nasce e finda pela chegada da noite, assim nada pode deter o futuro que virá presente e torna-se passado e lá fica guardado no inventário do tempo...
São muitos minutos arquivados e cada um deles guarda um sentido de toda vida, do nascimento, do amor, da morte que fecha o documentário de cada um que junto com os ponteiros nervosos e aflitos em não parar chegam a tremer, no movimento da Terra e no piscar dos olhos aflitos ou sonolentos.
Por fim: Tempo...
Tudo que eu tenho é ter tempo sem achar que tenho, quando vejo que tenho não sei como usar por que acho que não vai dar tempo..." (Renata Farias)
Carrego, Renatinha amaaada, Por toda minha Vida...Alegria Joie Joy!