Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MOMENTOS DE VIDA




Lá se vai agosto. O vento soprou forte provocando um bailado nas folhas e flores dos ipês. Pensei que chovia, pra lavar um cadim tanta poeira e secura. Que nada. Serviu mesmo foi pra que eu levantasse, sacudisse a dita e desse a volta por cima, como diz a música. É que a vida é assim mesmo, como ensinou Guimarães: esquenta, esfria, demandando da gente coragem! E no embrulho, coisas que chateiam a gente, aborrecem que só, mas também momentos vividos, partilhados com alegria e muita risada que fazem a gente até se distrair das chateações. Espiam só as fotos!
A horta tava uma belezura
Explosão de orquídeas por toda a fazenda
Couve salsa. Conhece? Eu até então nem fazia ideia!
Da horta pra mesa...tudo fresquinho e sem agrotóxicos.
Esse tutu não é engrossado com farinha...é no muque e com uma dose de cachaça! Segredo do Zé.
Bacalhoada...comi de joelhos!
Abaixo alguns detalhes de uma casa tipicamente mineira. Um sonho acalentado por anos e a alegria de sentir os amigos abrindo as portas para realidade.



E quando chegar setembro a gente segue vivendo... ah segue mesmo!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

LECHAIM!



No judaísmo quando se faz um brinde, em qualquer ocasião, não se diz tim-tim ou simplesmente saúde. É essa única palavra em hebraico, Lechaim! (pronuncia-se Lêrraim), que significa “À vida!”. Precisa de mais? Todo o restante, penso eu, está incluído. Lechaim! Significa que, sejam quais forem as dificuldades, mesmo que seja injusta ou dolorosa, a vida é sagrada e merece ser celebrada.

Lechaim é uma forma de viver a vida. À medida que vou ficando mais velha, e hoje é - especialmente - esse dia, sinto que esse brinde me fala cada vez menos da celebração da vida e mais, muito mais, da sabedoria de optar pela vida! Meu pedido a D’us é esse: que a cada amanhecer, que me for presenteado por ELE, eu opte pela VIDA... Essa que vale, vividamente, de ser vivida. LECHAIM!!!
Recebi um cartão, de parabéns, do meu SUS privado com as seguintes dicas que podem ajudar para uma vida feliz e saudável ( acrescido de "não existe fórmula pronta"):
*Procure manter o bom humor, uma atitude que torna a vida mais leve.
*Valorize as coisas simples, como um dia de sol, uma caminhada, um bom papo.
*Dance, cante, pratique esportes, gaste e reponha energia.
*Ame. Amar faz bem ao coração.
*Alimente seu corpo com produtos saudáveis e sua alma com sentimentos positivos.
*Encontre com os amigos. Tudo fica melhor na companhia de quem a gente gosta.
*Abrace. Calor humano é essencial.
*Tenha tempo para o trabalho, para a família e para você.
*Coloque seus sonhos em prática, são eles que tornam a vida bela e gratificante.
*Dificuldade e frustrações são inevitáveis, procure aprender e crescer com elas.
*E não se esqueça da dica mais importante: a vida é para ser celebrada todos os dias.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

CARIDADE/DOAÇÃO

Fala-se muito sobre doação. Eu mesma chamo assim o ato praticado por todos nós, trabalhadores da Casa do Richard, às quintas-feiras. Nessa última semana precisei relembrar os oito níveis da “caridade”, ou as maneiras de sermos generosos com o próximo, descritos por Maimônides (o grande médico e sábio) num dos textos da *Mishná.
No oitavo e mais baixo nível de generosidade com o próximo, um homem compra de má vontade um casaco para um outro que treme de frio e lhe pede ajuda. Ele entrega o presente diante de testemunhas e espera receber agradecimento.
No sétimo nível, um homem faz o mesmo, sem esperar que lhe peçam ajuda.
No sexto nível, ele faz o mesmo, de coração aberto, sem esperar que lhe peçam ajuda.
No quinto nível, um homem dá um casaco que tinha comprado, de bom grado, mas o faz sem que ninguém saiba.
No quarto nível, um homem, de bom grado e sem testemunhas, dá o seu próprio casaco a um outro.
No terceiro nível, um homem, de bom grado, dá o seu próprio casaco a um outro que não sabe quem lhe ofertou tal presente. Mas aquele que deu conhece a pessoa que lhe ficou devedora.
No segundo nível ele dá o seu casaco, de bom grado, sem ter ideia de quem o recebeu. Mas o homem que recebeu o presente sabe quem merece seu agradecimento.
Finalmente, no primeiro e mais puro dos níveis, um homem, de bom grado, dá o seu próprio casaco sem saber quem vai recebê-lo e aquele que o recebe não sabe quem ofertou. Então, o ato de dar torna-se uma expressão natural da bondade em cada um e acontece de maneira tão simples quanto as flores oferecendo seu perfume.
Aqui existe uma situação muito especial. Imaginem que todas as pessoas fossem generosas com os que estão ao seu redor da maneira como fez o primeiro homem: de má vontade, um casaco comprado, na presença de testemunhas, a alguém que precisa e pediu ajuda. Se todos nós agíssemos assim, haveria maior ou menor sofrimento no mundo? Tempo para refletir...
Menor, claro! É verdade. Algumas coisas tem tamanha bondade em si que merecem ser feitas da maneira que for possível.
Sem dúvida, existem formas de dar que diminuem o outro, roubando-lhe a dignidade e o amor-próprio. Podemos aprender como dar sem tirar nada e com frequência aprendemos enquanto fazemos. E ainda creio que é melhor abençoar “mal” (num degrau mais baixo) a vida do que não abençoá-la nunca! Só mais um lembrete: doação não tem nada a ver com descarte. Quando for doar qualquer coisa para outra pessoa: livros, revistas, roupas, objetos de higiene e limpeza, bijuteria, cobertores, comida, antes faça uma pequena reflexão: isso que eu estou doando pode ser verdadeiramente reaproveitado? Gostaria de receber de outra pessoa isso que estou doando? Não repasse algo pra frente porque você quer se livrar, mas não tem coragem, porque outra pessoa “pobrinha” poderia aproveitar. Se não dá para aproveitar, é lixo.
*MISHNÁ: A Mishná, também conhecida como Mixná (em hebraico משנה, "repetição", do verbo שנה, ''shanah, "estudar e revisar") é uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da tradição oral judaica, chamada a Torá Oral.(Fonte: Wikipédia)

sábado, 10 de agosto de 2013

VALE TUDO



Valeu o ipê florido, o almoço com os jovens, as flores invadindo meu quarto, a porcelana pintada, o sorriso do Davi, a seriedade da minha princesa Sara, o aviso na praça, a doação de toda quinta, a cumplicidade silenciosa, o trabalho doméstico, as dores lombares, “Uma prova do céu”, aquele telefonema recebido e a mensagem também, o convite, o deleite, meu Negão Tim!  Ah...valeu tudo. Só não vale deixar de celebrar o dia. Feliz dia dos Pais a todos vocês, amaaados meus!!!
Não me canso de babar com essa visão pelas rua da cidade.

Abrir a janela do quarto pela manhã e receber uma invasão dessas..."não tem preço!"

Bacalhoada, filé e afins...delícia!

Davi...Fofo demais!
Minha "bichinha" linda da tia-vó!
Pintada por mãos caprichosas
Cada um mais lindo que o outro...formando um orquidário na mesa!

Fantástico musical TIM MAIA

Nem com avisos colocados, alguns "cães" ainda deixam sua presença na nossa pracinha!

 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

TEMPUS FUGIT



Nem percebi julho acabar. Também, uma segunda gripe me nocauteou fazendo perder a noção de tempo. Dias e noites misturaram-se e arrastaram-se com tanto mal-estar. Todos aqueles sintomas, já bem conhecidos, acrescidos de ites - que nem sabia ser possível caber tudojunto numa só pessoa – se alojaram em mim. Dessa vez, o que achei pior foi o de-sâ-ni-mo para tudo. Eu dava o comando, mas o corpo fazia o tal “ouvidos de mercador”. Nem tchum! De qualquer modo, houve momentos antigripais restauradores. Filha na universidade (uhuuuu!); o casamento do irmigo Piga, e no convite ele dizendo lindamente: “Não importa se sou feliz ou infeliz, a vida é um minuto. Quero amor.”; os ipês floridos, harmonizados com um céu azul lindo de viverrr, fazendo desembaçar os olhos lacrimejantes; o natal de 70 anos de um cunhado; leituras leves; a alegria (depois de tanto sofrimento... aff... ser atleticana né brinquedo naum!) em ver meu time campeão da Libertadores; Papa Francisco (“fofo” mesmo!) e montes de filmes baixados, amorosamente, pelo filhote para a distração da mãe. Ainda assim tive tempo de sobra para conversar com D’us. De acordo com a Cabala – os ensinamentos místicos do judaísmo – em algum momento, no início de tudo, o Criador dividiu-se em incontáveis centelhas que se espalharam por todo o universo. Há uma centelha de D’us em cada ser e em cada objeto, como uma diáspora de bondade. A presença imanente de D’us no mundo e em nós é encontrada diariamente nas formas mais simples, despretensiosas e comuns! Eu encontrei. Os professores da Cabala dizem que D’us pode falar conosco de seus inúmeros esconderijos a qualquer instante. O mundo pode sussurrar aos nossos ouvidos ou a centelha de D’us dentro de nós pode sussurrar ao nosso coração. Eu ouvi!